A BE e a WEB 2.0
Os traços mais marcantes da
Web 2.0 são o facto de o utilizador, para além de consumidor, poder passar
também a produzir conteúdos e a ser participativo, tornando-se também protagonista.
O’REILLY (2005) define o termo
web 2.0 como uma plataforma, um serviço continuamente renovado e atualizado,
que fica melhor quanto mais pessoas o utilizam, consumam e fazem remix dos
dados de variadas fontes. E que incluam também suas próprias informações, a fim
de que sejam compartilhados com os outros usuários, criando uma “arquitetura de
participação”. Deste modo, a disponibilização das redes informáticas nas
escolas, com a sua “arquitetura da participação”, fomenta a partilha e
divulgação do conhecimento, contribuindo para que todos possam aprender uns com
os outros a partir do que cada um já vai sabendo, de acordo com as experiências
de aprendizagem e com o grau de autonomia que foi adquirindo.
Salienta-se o conceito da
Biblioteca 2.0, definido por MANESS (2007), em quatro aspetos: uma comunidade
virtual; socialmente rica, em que os utilizadores interagem entre si e com o
bibliotecário na criação do conteúdo; o papel principal é centrado no utilizador,
este é chamado a participar na construção de conteúdos que todos irão utilizar,
e por fim, a Biblioteca 2.0 como sendo comunitariamente inovadora. Partindo do
conceito da biblioteca como um serviço comunitário, em que as comunidades mudam
e a biblioteca, além de mudar com elas, deve permitir que os seus utilizadores
a mudem e que os serviços se mantenham em constante evolução.
A Biblioteca
2.0 necessita de uma infraestrutura tecnológica e de recursos humanos
qualificados, de modo a prestar serviços que atualmente se tornaram essenciais.
Ou seja, por um lado, um espaço rico em tecnologias onde os alunos possam
produzir conteúdos em diversos suportes, aceder e construir os seus ambientes
pessoais de aprendizagem, trabalhando em rede. Por outro lado, a existência de
recursos humanos qualificados com competências em diversas áreas, nomeadamente
nas digitais, motivados e dispostos a atender e a esclarecer a nova geração de
utilizadores.
É preciso disponibilidade por
parte do Professor Bibliotecário para se atualizar, fazer formação, conhecer as
várias ferramentas e produtos disponíveis. Ter uma atitude dinâmica, vontade de
inovar, de investigar, capaz de comunicar e interagir com o utilizador
permitindo e fomentando a sua participação.
No contexto da biblioteca do
meu agrupamento, existe a preocupação de integrar as ferramentas da web 2.0. O
blogue tem sido uma ferramenta bastante útil para a divulgação de atividades e informações
da biblioteca. Podemos encontrar guias de apoio ao utilizador, realizadas com o
Calaméo e o Prezi, e a biblioteca digital. A biblioteca possuí contas no Facebook,
Youtube e no Diigo para partilha de informação, vídeos e links úteis para
pesquisa.
“A biblioteca deve recorrer às
tecnologias, em especial da Internet, para extrapolar as barreiras de espaço e
tempo e ampliar o acesso à informação, como caminho para a produção de
conhecimento e ampliação de suas oportunidades” (FURTADO, 2009,p. 138)
Referências bibliográficas
Furtado, Cassia Cordeiro (2009). Bibliotecas Escolares e web 2.0: revisão
da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão, v.15, n.ᵒ 2, Porto Alegre,
pp. 135-150.
Maness,
Jack M. (2007). Teoria da biblioteca 2.0: as suas implicações para as
bibliotecas. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.17, n.1,
p.43-51.